2/19/2010

O Futuro era agora

És querida o meu Breton...

Mais fogosa que bâton

Rubro, rouge e escarlate,

Desses que tu nunca usas

Pra imitar plásticas musas

Que pousando, julgam arte,

As vaidades alabastrinas

Com que entopem as latrinas:

São fogo-fátuo e fraco néon

De revistas “cor-de-rosa”

Com que publicista ousa

A nós todos impor tom.


Mas depois... Depois vens tu!

És tu a revolução surrealista,

És o corte epistemológico,

Digital e analógico,

Iconoclasta e simbolista:

Mais concreta que o betão,

Só a utópica ilusão

Com que pregam os teus olhos,

Tua fé e os meus sonhos

- São apóstolos risonhos

Dessa maré que vindo, enchendo,

Nos invade as fortalezas

Daquela areia granulada, nada fina,

Com que erguemos pela manhã

Em pueril descontracção,

As muralhas destinadas

A barrar o mar, as leis da física,

Mais os astros em rotação.

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