Por essa altura, os meus estudos tinham avançado o suficiente para justificar a aquisição dum programa de software que calculasse e cartografasse os astros num dado momento, desenhando Mapas Astrais: maravilhas da tecnologia: já não precisava de compreender os mecanismos dos movimentos celestes! Avancei na compra, mesmo subtraindo duas semanas à minha sobrevivência planeada, mas valeria a pena. Uma vez instalado o programa para poder ver a minha cósmica impressão digital no momento do meu nascimento, era-me solicitada a hora do mesmo - a hora precisa - e apurada ao minuto se possível! Ora eu nascera em Lisboa a 2 de Setembro de 1974 pelo fim da tarde… pelo fim da tarde, mas quando? Quando exactamente? Que tempo marcavam os ponteiros do relógio?
Exaltava ao soletrar as linhas que os astros escreviam nos Céus, mas tinha um problema por solucionar: saber a que horas nascera. Fumei outra ganza! O momento exacto do nascimento concederia a chave, a clave do tom primordial da música celeste que tocaria ao longo da minha vida. E a ansiedade dominou-me: teria ainda salvação?
Sem comentários:
Enviar um comentário