Dos teus lábios de carmim
Em cujo mosto nasce a noite,
Jorra o vinho de cetim
que me embala como açoite.
Pois serenos como a aurora
Das rosadas manhãs de Maio,
São na inquietação que caio...
A promessa que vigora!
Dos teus lábios de fino traço,
Do gosto que não traguei,
Emborracho-me como um cacho
Com as palavras que guardei.
E fermentando estão nas caves
sombrias em que me oculto
E alambico em vão as chaves
Dos lábios do meu tumulto.
F.
2/23/2009
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