3/26/2009

A minha vida amorosa não é um melodrama mexicano

Inês:

Não sei se me lês. Desconfio que sim, pois há já 2 meses que te procuro e que por ti, para te encontrar, ando por aí a colar cartazes pelas paredes de Lisboa como um garoto tonto. Já saiu até no jornal, na mentira que criei para não te embaraçar a ti! Creio que me lês e que avidamente visitas este blog, mas simplesmente não te queres revelar. Desconfio até dos motivos porque o fazes! Como não? Se te leio toda nos céus! Se os astros já escreveram, e conduzem ainda, esta nossa história de amor!

E as confissões que choraste naquela lágrima, singela e única que os teus olhos, os teus lindos olhos verdes, deixaram escapar num encontro de raspão, entre dois autocarros; essas não as perco eu nunca de vista.
Conheço-te: há dez anos que te encontrei! Mas podias ser uma estranha que o resultado redundava igual: levantei a tua Carta Astral e sei-te o passado, presente e futuro. Sei que a decisão que há muito ponderas será feita com ou sem o concurso da tua vontade consciente! Sim, assim será! Assim o sabem já aqueles, de entre os peregrinos, que conhecem as técnicas da arte astrológica!

Todavia, por ser o Destino contingente, não é ele necessariamente certo! Por entre as forças ditas cegas do Cosmos, que assim as designamos porque mal as compreendemos; por entre a rotina dos afazeres e pequenas arrelias do quotidiano... há um papel que serás chamada a representar - queiras tu ou não representá-lo!
E se me lês, minha linda, linda Inês, serás tu a única a compreender e a não estranhar porque já não faço mais da minha vida amorosa um melodrama mexicano. Isso sucedeu-me uma vez e bastou. E todavia, porque estou entranhado em ti, sabes também, ou virás a saber, que a minha Demanda esmorece jamais!

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O Pedro que procura Inês

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