1/31/2010

Não!

Não! Não podes ser nada

Senão aquela vaga promessa,

Queimada pla geada na noite espessa

Como o faz à fraca flor mal avivada.

Não! Não podes ser tu o batel

Salva-vidas, bóia de salvação,

O milagre da última oração:

A terra prometida das vinhas e do mel.

Não! Não serás o escopro e o cinzel

Limando arestas, polindo a pedra,

No mármore esculpindo pela norma:

Talhando da bruta rocha a clássica forma.

Não serás a Primavera que medra

Porque nada florirá em fel.

Não!

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