Não! Não podes ser nada
Senão aquela vaga promessa,
Queimada pla geada na noite espessa
Como o faz à fraca flor mal avivada.
Não! Não podes ser tu o batel
Salva-vidas, bóia de salvação,
O milagre da última oração:
A terra prometida das vinhas e do mel.
Não! Não serás o escopro e o cinzel
Limando arestas, polindo a pedra,
No mármore esculpindo pela norma:
Talhando da bruta rocha a clássica forma.
Não serás a Primavera que medra
Porque nada florirá em fel.
Não!
Sem comentários:
Enviar um comentário