4/12/2010

O nariz do Querubim

Estalam os céus em revolta

com estrondo e frenesim:

Uma audácia voa solta

nas asas do querubim.

Pois Aquele que tudo vê

nem um palmo viu à frente!

Quando deu pelo banzé,

a mostarda estava quente.

Ruge o Deus patriarcal

raios, cóleras, castigos!

São biombos, são postigos,

dum Pinóquio teatral:

espirra ira do seu Trono

e afinal não é nem dono

desse nariz caprichoso,

do anjo tão amoroso,

qu’ arrebita o próprio Céu!

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