Eu sei… que grande cabrão que era! Mais preocupado em suavizar os danos e salvaguardar aparências, do que em solucionar a crise do meu casamento… Mas mesmo assim tentei, que julgam? Não via outra hipótese. Bom, não via outra hipótese para além de "matar" a Inês - bem entendidos! Telefonei-lhe sucessiva e aflitivamente tentando captar-lhe uma palavra, uma pretexto, um destino qualquer, mas os telefonemas que fiz foram sistematicamente reenviados para a sua caixa de mensagens e ao fim de dois dias… ao fim de dois dias, cansei-me de lhe ligar. Até porque não estava para gastar mais dinheiro em chamadas. E essa percepção foi como um raio de luz: a conclusão de que tivera um divórcio barato, sem despesas com advogados, papeladas processuais e onerosas partilhas, deu-me forças para continuar em frente e conseguir suportar melhor todo o drama pessoal que efectivamente vivi.
E até hoje – note-se! – continuo sem saber se a Inês zarpou para Paris como sempre ambicionara, ou se singelamente foi lançar âncora ali para os lados da Penha de França! Perdi-lhe completamente o rasto, ao tempo que passei a ter vincos nas calças.
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