12/11/2010

Paintings at an exhibition

Vamos pintar uma aguarela
A duas mãos
E através de cores quentes,
sem esquecer nesga de mar,
Invocaremos exótica paisagem.
Mergulhemos lá para dentro!
Viajando pela tela,
Virando costas ao quadro do mundo,
Sigamos apenas tingindo
Os cenários que nos convenham.
Façamos-lo sem esboço prévio,
Estudos de sombras e luz
Ou cálculo de proporções...
E sem perspectiva também!
Bastam traços decididos
E pinceladas rápidas
Que esbatam, por técnica só nossa,
O pormenor mais miudinho:
Que o medo de falhar
Não te tolha o gesto largo!
Há sempre mata-borrão.

12/04/2010

Olhos que falam

Quando os teus olhos falam
Cessa o murmúrio do mundo...
E os meus logo se embalam
Sob transe assaz profundo.

Quando os teus olhos me fitam
Expressivos como os de ninguém...
Há mistérios que se agitam,
Calando-se os meus também.

E em hipnose emudecidos,
Por discurso tão loquaz,
Os meus olhos são rendidos
Por um só olhar fugaz.

11/27/2010

Uma mão-cheia de amor

Os teus dedos delicados
Como filigranas de corais...
Entre os meus, rendilhados,
Espelham a luz de mil vitrais.
E são a meta dos meus dias,
Qual uma enseada amena,
De mar sereno, praia morena,
As tuas meigas mãos esguias,
Fechadas em concha e afagadas
Pelas minhas enlevadas.

11/19/2010

A rapariga mais linda da esquerda radical

Lendo-te os olhos,
Escutando as palavras,
Vislumbrei a ceifa
Das futuras lavras.
Nem mesmo os teus modos,
Por vezes nervosos,
Traíam o Verbo
Com que tu aclamavas
A ansiada aurora
Que já despontava
Nesses combates
Que eram os nossos.

11/10/2010

Sonhos singelos

Atravessando geadas e estios,
Quero que um dia
As nossas mãos mirradas,
Entrelaçadas como ramos,
Sejam capazes de colher os frutos
Que dois corações germinaram.

Sim! Gostava que vingasse
Que o nosso amor ganhasse raízes,
Crescendo entre mimos e cuidados.
E tornando-se frondoso,
Pelos anos fora,
Florescessem dele rebentos
Aspirando o Céu.

7/28/2010

foram 3 os contos sem nós ou outros pontos

Deixei a meio a minha biografia astrológica... fica para um próximo karma!

Com o destino traçado, nada tenho a acrescentar: fiz o que tinha a fazer.
Mas não vale a pena chorar pelo leite derramado: se amanhã não estiver por aqui o mundo continuará na sua marcha sem sem tido e a tua vida seguirá sem mais.
Resolvi mimar-me e comprei uma passagem para Istambul

7/27/2010

Aceito: estou deprimido!

Pergunto-me o que será feito de ti? Onde estarás por estes dias? E com quem?...
Lembro-me dos Verões passados contigo e da brisa que nos acariciava a carne pelos fins de tarde em que das dunas, em Vila Praia de Âncora, saudavamos o poente e o arrastar dos dias. Lembro-me do cheiro dos limões e como os teus lindos olhos verdes com eles rivalizavam no tempero das coisas. Lembro-me demasiado de ti... Apetece-me fechar os olhos e não ter de pensar mais

7/26/2010

Não me apetece fazer nada!

Está demasiado calor para fazer seja o que for. E, claro! Confesso-te: duvido que te volte a ver. Já tiveste tanto tempo para sair das brumas, desejada Inês... e até hoje nada. Até sempre?
Escuto a manhã lá fora. O dia mexe.

7/25/2010

estores corridos, escuridão absoluta, ventoinha ligada: estou encerrado em casa.

7/22/2010

Diz-me

Diz-me porque fiz isto.

Diz-me porque não resisto.

Diz-me porque me dispo

Com a fé dum Cristo

Pregando aos fiéis a oração,

E entrego-te, corpo e alma,

Nas tuas mãos, na tua palma,

O que resta da minha razão?…

Porque te escrevo e me escravizo?

Porque não jugulo a falta de juízo

Num colete-de-forças exilado

E serenado a sedativo?

Diz-me porque de ti sigo cativo,

dum sonhar transfigurado...

Dizes-me?